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28.8.06

KAPP, Silke. Produção seriada e individualização.

Individualidade: cada ser humano é dito único.
Produção seriada: repetição do idêntico como interesse capitalista da produção industrial.

O homem busca a individualidade na sociedade atual através da combinação dos seus objetos de consumo. A aspiração à individualidade favorece o consumismo. Consome-se cada vez mais na tentativa de se obter a unicidade.
Indústria automobilística: possibilidade de escolha de acessórios aliada à produção industrial.
Produzir moradias como carros implica obter também ali grandes taxas de lucro.

Aspectos do repertório:
Imprevisibilidade: não se privilegia um produto final definido a priori. Não há idéia pré estabelecida do que será o produto final.
Receptividade: facilita a incorporação de componentes novos.
Adaptabilidade: os componentes podem se adaptar a uma montagem específica (canos ou tijolos que podem ser serrados, por exemplo)
Reuso: montagens e remontagens sucessivas.

Aspectos da montagem:
Mediação: textos, desenhos, códigos. Linguagens que não são familiares ao morador.
Execução: necessidade ou não de trabalho alheio.
Plataforma: suporte físico para o encaixe de peças (carro com opcionais) ou sistema de campos a serem preenchidos (prato com carne, molho e uma guarnição).
Continuidade: o produto gerado nunca é um produto final.

No caso das moradias, a possibilidade de individualização dos produtos seriados se dá através de produtos de fabricação artesanal, caros, impossibilitando seu uso para classes de baixo poder aquisitivo.
Não é pensada a possibilidade de individualização sob o ponto de vista dos princípios de montagem, o que gera uma idéia errônea de que a individualização sempre significará perda de lucratividade para o construtor.
A pressuposição das necessidades do usuário limita as possibilidades de individualização. Deve haver espaço para que possa ocorrer aquilo que não foi imginado previamente. Deve haver espaço para o imprevisto.

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